Quem são os 341 candidatos a vereador e o que é preciso para se eleger

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Daqui a uma semana, em 15 de novembro, 341 candidatos irão disputar as 21 cadeiras da Câmara de Vereadores de Santa Maria para os próximos quatro anos. O número registrado no Tribunal Superior Eleitoral é de 352 nomes - há 10 candidaturas já indeferidas (ou seja, sem mais possibilidade de recurso), e uma outra que desistiu de concorrer. E, por isso, não terão os nomes veiculados pelo Diário.

A efeito de comparação, o número de concorrentes é 60% maior do que o da eleição de 2016, quando 213 nomes participaram do pleito ao Legislativo. O 2020 marca a primeira eleição municipal na qual os partidos não podem montar coligações para alcançar as vagas de vereador. A mudança ocorreu em 2017, por meio de uma emenda constitucional.

Nessa eleição, não há mais a possibilidade dos "puxadores", aqueles políticos que recebem uma grande quantidade de votos, levarem "nas costas" candidatos de outros partidos. Agora, sem as coligações, eventuais fenômenos eleitorais ainda podem ajudar a eleger outros vereadores, mas eles serão, com certeza, das mesma sigla. As atenções dos candidatos e dirigentes partidários estão voltadas ao chamado quociente eleitoral, que nada mais é que o número de votos que cada partido precisa ter para conseguir uma vaga na Câmara.

Para isso, tendo como base Santa Maria, onde o Legislativo conta com 21 cadeiras, é preciso fazer o seguinte cálculo: pega-se o número de votos válidos (os votos sem os brancos e os nulos) e divide-se pelo número de cadeiras existentes na Câmara. Assim, em 2016, Santa Maria teve 147,3 mil votos válidos, o que dividido por 21 dá pouco mais de 7 mil votos. Ou seja, os partidos precisam ter pelo menos 7 mil votos para ter direito a uma cadeira no parlamento municipal.

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PONTO DE CORTE
Ao observar o número de vagas que cada partido terá direito, se uma sigla, por exemplo, conquistou três vagas, irão assumir os mais votados. E é por isso que alguns candidatos de partidos menores têm mais votos que outros e, mesmo assim, não são eleitos. Já o número de votos válidos obtidos pelo partido é dividido pelo quociente eleitoral. O que, por vezes, pode dar um número fracionado, explicam as fontes ouvidas pela reportagem. Se, por exemplo, o cálculo apontar para 2,7, isso quer dizer que o partido terá três vagas.

ANÁLISE
Para o professor de História da UFSM Diorge Konrad, a proibição das coligações prejudica mais os pequenos partidos, já fragilizados pelas eleições proporcionais:

- Nas proporcionais, os candidatos bem votados dos partidos pequenos correm o risco de ficar fora, já que os partidos grandes levam mais vagas.

Ainda conforme o pesquisador, para tornar as eleições menos "personalista", a melhor maneira seria o voto em lista, onde o eleitor escolhe a nominata de representantes do partido.

- No voto em lista, se o candidato sair do partido, ele perderia o mandato. Porém, esse procedimento não é cogitado porque a tradição histórica do Brasil é votar em pessoas e não em ideologias partidárias - complementa.

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RENOVAÇÃO
Antes da votação, já é possível adiantar que o parlamento santa-mariense terá, no mínimo, cinco novos rostos. Isto porque Luciano Guerra (PT), Marion Mortari (PSD) e Francisco Harisson (MDB), que ocupavam cadeiras no Legislativo, participam, neste ano, da corrida ao Executivo. Além disso, Leopoldo Ochulaki e Marta Zanella, ambos do MDB, optaram por não concorrer à reeleição e, consequentemente, não terão mandatos na Casa a partir de 2021.

Juntos, esses cinco políticos fizeram cerca de 13,4 mil votos em 2016. Resta saber quais serão os políticos capazes de pegar uma fatia deste total.

*Colaborou Rafael Favero

VEJA A LISTA COMPLETA DOS CANDIDATOS APTOS A CONCORREREM*

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